Não dou conta de “colocar nos tecidos” tudo que minha imaginação tem vontade de criar. São ideias que nascem no dia a dia, vendo revistas, livros, ou mesmo internet. Sem contar as ideias vindas das amigas ou consumidoras... porque você não faz isso, porque você não faz dessa maneira, porque você não faz esse modelo assim... E a lista das coisas para fazer vai crescendo a cada dia.
Quando eu fazia patchwork apenas como hobby, achava que não tinha tempo para fazer tudo o que queria, porque trabalhava e sobrava pouco tempo para me dedicar a esta arte. Agora, que me dedico em tempo integral ao patchwork, fico aborrecida por não conseguir fazer tudo o que tenho vontade, pois tenho que produzir coisas em quantidade para vender e as encomendas e nem sempre sobra tempo para soltar a imaginação e criar as coisas que quero!!!
Quem faz patchwork e se dedica a fazer um trabalho bem caprichado, sabe que é uma coisa demorada. Tudo começa com o estudo do que você vai fazer. É o que o arquiteto faz, ou um design de joias ... Colocamos no papel aquilo que pretendemos fazer. É o nosso projeto.
Depois vem a escolha dos tecidos. Para que haja uma harmonia no trabalho, é interessante que procuremos mesclar cores e também a trama dos tecidos. A imaginação é tudo! É nessa hora que eu mais viajo. Meu atelier vira de pernas pro ar!!! Pois com o mesmo projeto podemos criar vários trabalhos diferentes, somente variando nas cores e desenhos dos tecidos. Se você quer um trabalho mais discreto, escolha tecidos com cores mais suaves e estampas menores. Se você quer um trabalho mais vibrante, trabalhe com tecidos de cores fortes e abuse das estampas maiores, só tomando cuidado pra que não fique uma coisa muito excessiva... que pode ser até agressiva de se olhar!
Após fazer o projeto e escolher os tecidos é sempre bom ler e rever um estudo sobre a técnica, para não desperdiçar os tecidos, lembrando que a técnica nasceu do reaproveitamento de tecidos, ou aproveitamento dos retalhos. Hoje em dia, não estamos em época de desperdiçar... a natureza agradece!
Daí é só colocar a mão na massa! Faz parte do trabalho a precisão no corte! Vamos para o ferro passar todos os tecidos escolhidos, para que os patchs fiquem nas medidas corretas,o que vai facilitar bastante na hora de costurá-los. Já imaginou o que seria do arquiteto se cada tijolo tivesse uma medida diferente?!?!? Pois é, alguns trabalhos em patchwork realmente exigem precisão no corte e também na união.
O desenho pronto, aquilo que chamamos de top, vamos montar o sanduíche com a manta e o tecido de forro, para dar volume ao nosso trabalho – é o quilt. Agulha e dedal... pode ser um trabalho de horas e horas, mas que vai enriquecer em muito o nosso trabalho.
Terminado o quilt, acertamos as medidas e temos o que pode se tornar um panô, uma almofada, uma bolsa... Ainda tem um bom serviço pela frente, caprichando na montagem e no acabamento, para não perder todo o trabalho que tivemos anteriormente...!!!
O que é triste é ver que muitas pessoas não valorizam este trabalho. Vendo uma bolsa, uma almofada, outra peça qualquer , que tenha um trabalho de patchwork de base, deve-se analisar esta peça com muito carinho, pois, com certeza, a “quilteira” que fez esse trabalho colocou muita dedicação nele, deixou ali um pedacinho de si. Pensem nisso quando estiverem diante de um belo trabalho de patchwork!